domingo, 24 de fevereiro de 2013

Enigma Comportamental


Enigma Comportamental 
                 Reside nas regras que regulam o jogo da vida, no equilíbrio dos pratos da balança. Em primeiro lugar, precisamos considerar que os produtos imediatos de nossas atitudes são poderosas fontes de influência. Traduzindo: é mais atraente e tolerável ficar na fila de espera do cabeleireiro, com água gelada e cadeira, para depois sair do salão toda produzida para um passeio, do que esperar, no posto de saúde, a vez de ser atendida para marcar uma consulta para daqui a seis semanas e aí então fazer o (ligeiramente desconfortável) exame de prevenção do câncer ginecológico. Pra que ter pressa de ir ao médico, se pareço estar bem de saúde? O prazer imediato da boa aparência compete como obter o "nada consta" do exame médico. Assistir a uma série de TV compete com estudar para a prova da semana que vem. Deixar de comprar atrativas bugigangas compete com a austeridade de guardar dinheiro para dar entrada em uma casa própria. Resumindo: consequências de curto prazo são mais poderosas do que as de longo prazo.



           O vídeo a seguir mostra uma entrevista feita com o prof. Roberto Banaco no programa “Sem Censura” da TV Brasil, cujo tema é a procrastinação – a arte de deixar para fazer as coisas na última hora.
Para quem não o conhece, o Prof. Banaco é um dos grandes nomes da Análise do Comportamento no Brasil e recentemente foi destacado como estando entre os “dezoito renomados profissionais da cidade de São Paulo” em reportagem da 
Revista Veja 

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=JL2VFZ39q-Q




         Imagino que essa dúvida passe pela cabeça de muitos pais e professores: eu posso dar estrelas ou presentes para o bom aluno?  Será que desta maneira eu não estaria “subornando” a criança e ensinando ela a se comportar só para ganhar presentes? A resposta é fácil: sim, você pode presentar o bom aluno, mas com certas ressalvas, que explicarei a seguir.
         A criança pode até gostar de ir à escola, mas ela gosta muito mais da hora do recreio e de brincar com os amigos do que de ter que aprender cálculos matemáticos e regras gramaticais. A prática de se “presentear” os bons alunos com estrelas, pontos, ou coisa parecida funciona porque isto serve como um incentivo (nos termos da análise do comportamento, serve como um reforçador arbitrário).
           Este reforço acaba fazendo com que a criança continue estudando e se sinta estimulada. No entanto, no “mundo real”, ela não vai ganhar sempre estrela e o pai não terá dinheiro infinito para presenteá-la após todo bom comportamento. É por isso que é necessário que a criança, ao estudar, fique sob controle dos reforçadores naturais deste comportamento.
        Reforçadores naturais são aqueles naturalmente presentes no ambiente da pessoa. No caso da criança, o reforçamento natural ocorre quando ela consegue ler sozinha um gibi, calcular o dinheiro do lanche, etc. Quanto estes reforçadores passam a fazer efeito, ela não precisa mais dos arbitrários.
      Mas isso não vale só para as crianças, mas também para nós: você gosta do seu trabalho ou está somente sob controle de reforçadores arbitrários (como o dinheiro)? Se você não se sente bem no seu dia-a-dia, a resposta pode estar nos reforçadores que o controlam (ou na falta deles)…

Agradecimentos ao Programa sem Censura da Tv Brasil , ao Professor Banaco
Créditos á Felipe Epaminondas

Postado por Alice Matoso da Costa Silva

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